Quais oportunidades e desafios os operadores vão enfrentar para implantar redes de acesso via rádio virtualizadas (vRANs) em suas infraestruturas 4G e suas futuras implantações de 5G? Como tecnologias de container e nativas em cloud impactarão planos vRAN? 

A Heavy Reading explorou estes problemas em uma recente pesquisa patrocinada pela Red Hat. O assunto da pesquisa e os resultados foram apresentados em um webinar, disponível sob-demanda aqui. 

A pesquisa descobriu que as empresas provedoras de serviços de telecomunicações (telcos) vão migrar para rapidamente para o 5G, com seu serviços de baixa latência, maior banda larga e enormes funcionalidades para Internet das Coisas (IoT). Respondentes esperam que a penetração do 5G aumente significativamente em suas respectivas redes de operadoras e que as soluções sejam nativas em cloud. Atualmente, uma parte pequena da infraestrutura vRAN 5G é containerizada, mas quase 75% dos respondentes acreditam que pelo menos metade de sua infraestrutura vRAN 5G será containerizada em dois anos. Os dados também indicam que implementações 4G vão atingir o pico em dois anos, mas em um nível mais reduzido porque as operadoras vão começar a transição do 4G para o 5G, mesmo que ainda estejam substituindo o 3G mais antigo pelo 4G.

Atualmente há poucas implementações 5G e estas que existem servem principalmente a novos casos de uso. Como ilustrado na pesquisa, algumas empresas de telecomunicações tomaram medidas em direção ao 5G simplesmente para evitar ser o último fornecedor a oferecer esta funcionalidade. Hoje, novas unidades de rádio 5G estão sendo implantadas em torres de rádio, mas a estrutura principal da rede permanece firme com o 4G LTE. As empresas de telecomunicações conseguiram obter funcionalidades com latências muito baixas usando redes 4G com virtualização e usando a mesma arquitetura RAN dividida como no 5G. Então, eles não têm que esperar pela resolução de questões relacionadas ao 5G – como o espectro, custos, segurança, privacidade (ou a falta dela). 

Também olhando para o futuro, cerca de 40% dos respondentes pretendem implementar vRAN dentro de um ou dois anos, um crescimento em relação a um quinto que já o fizeram. Então pouco menos de 10% estão se movendo mais rápido rumo à vRAN, com planos de colocar a tecnologia em ação em menos de um ano. O crescimento das implantações faz sentido. De acordo com os apresentadores do webinar, apenas alguns anos atrás, as análises de telecomunicações indicavam que implementar a tecnologia não seria rentável. Agora, elas obtiveram um conhecimento muito melhor de performance de infraestrutura em ambientes virtualizados e estão muito melhor preparados para ajustar sistemas e implantar vRAN de forma mais barata. 

vRAN em crescimento 

Cinquenta e nove por cento dos respondentes implantaram vRANs, com 28% fazendo-o apenas em redes 4G LTE contra 17% no 5G. Cerca de 48% das implantações vRAN estão ou estarão tanto na infraestrutura de RAN existente como na atual, enquanto muitos operadores – quase 44% – vão usar vRAN principalmente em novas implantações, mas com alguma infraestrutura de RAN existente.   

Mais de 75% dos respondentes planejam ter um quarto ou mais de sua infraestrutura 5G RAN virtualizada em apenas dois anos. Em cinco anos, 62% esperam ter implantado vRAN em mais da metade de sua rede 5G. Tecnologias nativas em cloud – microsserviços containerizados gerenciados via Kubernetes – estão entre as principais funções do 5G e serão essenciais para aumentar a velocidade, eficiência operacional e utilização de redes de provedores de serviços. O uso da tecnologia de containers está crescendo quase em paralelo às implementações 5G. Em dois anos, a maioria dos respondentes disse que entre 25% e 49% de sua infraestrutura core para o 5G usará containers e, até cinco anos após a implementação, a maioria terá entre 50% e 74% de suas funções 5G core operando em containers. 

Quaisquer que sejam os cenários, existem barreiras à implantações vRAN. As três principais perguntas dos respondentes são a falta de maturidade dos produtos (53%),  ROI incerto (45%) e falta de habilidades (42%). Mas há grande expectativa de economias com CapEx e OpEx para vRAN. Provedores de serviço, em média, esperam economizar entre 10% e 24% em cada. Isto parece realista e exequível.

Para atender às demandas dos clientes e prazos de implantação em grande escala como previsto pela pesquisa, a Red Hat está trabalhando ativamente em várias comunidades upstream para preparar a infraestrutura de software e entregar novas ferramentas para que as empresas de telecomunicações possam implantar uma blueprint nativa em cloud para 5G e vRAN.

Para mais insights, clique aqui para ler a pesquisa.


Sobre o autor

Azhar Sayeed is responsible for developing and driving End-to-End solution architecture for Red Hat's Telcos and Communication Service Providers (CSPs) customers. He contributes to implementation architectures and develops solutions for OpenStack deployment for scale and hyperconvergence.

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