Segurança no ciclo de vida de desenvolvimento de software

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O ciclo de vida de desenvolvimento de software (SDLC) é um framework adotado para desenvolver, implantar e fazer a manutenção de software. Esse framework formaliza as tarefas ou atividades e as divide em seis a oito fases. O objetivo é melhorar a qualidade do software com foco no processo. A formalização das etapas visa não somente monitorar o progresso e os custos, mas também possibilitar medições e análises que poderão ser usadas para fazer melhorias. 

As fases do SDLC:

  • Planejamento: determinar o escopo e a finalidade do software.
  • Requisitos: definir as funções que o software deve desempenhar.
  • Projeto: decidir os parâmetros principais, como arquitetura, plataforma e interfaces de usuário.
  • Desenvolvimento: criar e implementar o software.
  • Documentação: produzir as informações necessárias para ajudar usuários e stakeholders a entender como usar e operar o software.
  • Teste: validar que o software cumpre com os requisitos.
  • Implantação: disponibilizar o software para os usuários a que se destina.
  • Manutenção: solucionar as vulnerabilidades ou os bugs descobertos no software.

A primeira impressão é que o SDLC é muito semelhante ao gerenciamento do ciclo de vida de aplicações (ALM), pois ambos lidam com o processo de desenvolvimento e gerenciamento de software. O SDLC pode ser considerado um subconjunto do ALM, com foco principal na fase de desenvolvimento. Normalmente, o ALM é adotado como uma abordagem mais ampla para o gerenciamento de um portfólio de programas de software. Já o SDLC é usado para aplicação individual.  

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Um equívoco comum é achar que o SDLC faz parte de uma metodologia específica de desenvolvimento de software. Embora a execução em sequência das oito fases do SDLC pareça uma descrição do processo de desenvolvimento de software em cascata, é importante compreender que as abordagens em cascata, dos princípios ágeis, de DevOps, lean, iterativa e em espiral são todas metodologias de SDLC. As metodologias de SDLC podem apresentar diferenças na nomenclatura, quantidade e ordem de execução das fases. Algumas atividades, como planejamento e análise de requisitos, podem estar agrupadas na mesma fase. Mas apesar dessas diferenças, o SDLC estabelece um framework que pode ser usado para entender e analisar quais atividades são necessárias para o desenvolvimento do software.

Algumas metodologias de SDLC, como dos princípios ágeis e de DevOps, enfatizam a natureza iterativa do desenvolvimento de software, em oposição à abordagem linear do modelo em cascata.

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Um problema comum no desenvolvimento de software é empurrar as atividades relacionadas à segurança para a fase de teste. No entanto, essa fase acontece no final do SDLC, depois que as tarefas mais críticas de projeto e implementação já foram concluídas. Muitas vezes, isso resulta em checagens de segurança superficiais, limitadas a testes de varredura e invasão, e que talvez não revelem problemas mais complexos. 

"Shift left" e "shift right" são termos que surgiram para enfatizar a segurança através do SDLC. Ao adotar os princípios de "shift lef" e "shift right", as equipes podem corrigir falhas na segurança com antecedência, economizar dinheiro que seria gasto em retrabalho e ter uma chance melhor de evitar atrasos na produção.

Leia o relatório da IDC: Critical Risk Reduction Leads to Better Business Outcomes

Para implementar processos eficazes de segurança, as equipes precisam fazer o "shift left". Isso significa que é necessário incluir as preocupações com a segurança em todas as fases do SDLC, desde a concepção do projeto. A adoção de um ciclo de vida de desenvolvimento de software seguro (SSDLC) requer que algumas etapas relacionadas à segurança sejam adicionadas a cada fase do SDLC. Entre elas estão:

Fase do SDLC

Atividade de segurança

Planeje
  • Analisar os riscos e o panorama de ameaças à segurança
  • Avaliar o possível impacto dos incidentes de segurança, como o risco à reputação da empresa.
Requisitos
  • Incluir requisitos de segurança na definição dos requisitos funcionais.
  • Entender e incorporar requisitos regulatórios e de conformidade.
Projeto
  • Realizar a modelagem de ameaças.
  • Refletir sobre como fazer da segurança um elemento essencial do plano de arquitetura.
  • Avaliar o impacto da segurança nas escolhas da fase de projeto, como plataforma e interface do usuário.
Desenvolvimento
  • Instruir a equipe de desenvolvimento sobre as práticas de codificação segura.
  • Incorporar ferramentas de teste de segurança ao processo de desenvolvimento.
  • Avaliar as dependências de software e mitigar possíveis riscos à segurança.
Documentação
  • Documentar os controles e processos de segurança.
  • Reunir as informações para se preparar para auditorias, inspeções de conformidade e avaliações de segurança.
Teste
  • Implementar processos de revisão do código.
  • Realizar testes de segurança, como análise estática e testes de segurança de aplicações interativas.
Implantação
  • Avaliar a segurança do ambiente de implantação.
  • Revisar as configurações de segurança.
Manutenção
  • Implementar um monitoramento para detectar ameaças.
  • Preparar-se para corrigir vulnerabilidades e invasões.
Implantar uma solução DevSecOps abrangente para o SDLC seguro.

Para que se prepararem contra o crescente volume de ameaças, as empresas precisam atualizar continuamente as práticas e os processos de segurança. Além disso, elas precisam implementar barreiras e controles de segurança nos estágios iniciais e ao longo dos processos de desenvolvimento e implantação como parte do SSDLC. A fim de acelerar a iteração, muitas empresas passaram a adotar processos de DevOps e a automatizar os pipelines de integração e implantação contínuas (CI/CD). Para evitar obstáculos, é necessário que a segurança também seja um processo contínuo e automatizado. As equipes de desenvolvimento devem ser responsáveis pela segurança das aplicações, além do projeto, da criação, da operação e da manutenção. 

DevSecOps é um conjunto de práticas que incluem pessoas, processos e tecnologias para tornar o desenvolvimento de software mais rápido e eficiente. Além disso, essas práticas também proporcionam melhorias em segurança, consistência, repetibilidade e colaboração. O segredo do sucesso do DevSecOps é compartilhar a responsabilidade entre as equipes de desenvolvimento, operação e segurança. Alguns objetivos do DevSecOps são:

  • Melhorar a segurança e minimizar os riscos ao remover vulnerabilidades de segurança no início do desenvolvimento das aplicações e do ciclo de vida da infraestrutura para evitar potenciais problemas na produção.
  • Aumentar a eficiência e acelerar os ciclos de lançamento de DevOps ao remover ferramentas e práticas de segurança legadas. Usar automação e padronização em uma cadeia de ferramentas e implementar infraestrutura, segurança e conformidade como código para fins de repetibilidade e consistência também são práticas que ajudam a aprimorar o processo de desenvolvimento.
  • Reduzir os riscos e aumentar a visibilidade ao implementar barreiras de segurança no início do desenvolvimento das aplicações e do ciclo de vida da infraestrutura. Isso ajuda a diminuir a possibilidade de erros humanos e a melhorar a segurança, conformidade, previsibilidade e repetibilidade, reduzindo as preocupações com auditoria.

Percorrer os quatro estágios do modelo de maturidade de DevSecOps é uma maneira de garantir que a segurança seja incorporada ao pipeline de CI/CD e ajustada de acordo com as mudanças nos negócios e/ou nas condições globais. A Open Web Application Security Project® (OWASP) é uma fundação sem fins lucrativos que viabiliza projetos de software open source conduzidos pelas comunidades para uma maior conscientização e adoção da segurança na TI. A OWASP disponibiliza projetos, ferramentas e documentos gratuitos que podem ser usados por qualquer pessoa ou empresa para aprimorar a segurança no ciclo de vida de desenvolvimento.

Cinco maneiras de implementar o DevSecOps usando a automação da TI

A segurança da cadeia de suprimentos de software combina práticas recomendadas de gerenciamento de riscos e cibersegurança para a proteção contra possíveis vulnerabilidades. A cadeia de suprimentos de software é composta de tudo e todos que entram em contato com o código durante o SDLC, desde o desenvolvimento da aplicação até o pipeline de CI/CD e a implantação. 

A segurança da cadeia de suprimentos de software é importante para a empresa, os clientes e qualquer um que aproveite as contribuições open source. Assim como nenhuma empresa quer sofrer violações, a maioria também teme ser responsável pela ocorrência de eventos semelhantes com outras entidades. Por isso, é fundamental implementar proteções na cadeia de suprimentos de software. 

Estas são algumas práticas recomendadas que as equipes responsáveis pela segurança da cadeia de suprimentos devem considerar:

  • Conceder privilégios mínimos de acesso a recursos em toda a cadeia de suprimentos (por exemplo, ferramentas de desenvolvedor, repositórios de código-fonte e outros sistemas de software), habilitar a autenticação multifator e usar senhas fortes.
  • Fortalecer a segurança de todos os dispositivos conectados e dos dados confidenciais.
  • Conhecer todas as empresas e pessoas com quem faz negócios, começando com os fornecedores diretos. Conduzir avaliações de risco para analisar a postura de cibersegurança e as políticas públicas sobre vulnerabilidades de cada fornecedor.
Descubra tendências globais em segurança de cadeia de suprimento de software

A Red Hat oferece programas de software open source confiáveis que ajudam as empresas a implementar uma abordagem de segurança em camadas por toda infraestrutura e no stack de aplicações ao longo do ciclo de vida. Assim, é possível aprimorar a proteção dos ambientes on-premise, na nuvem e na edge. As tecnologias da Red Hat são desenvolvidas por meio de um processo que visa proteger a cadeia de suprimentos de software. E com essa base, as empresas podem concentrar os esforços na criação, no gerenciamento e no controle de ambientes híbridos, na implementação de uma estratégia de automação e no desenvolvimento da segurança no SDLC usando práticas de DevSecOps.

A Red Hat e nosso ecossistema de parceiros de segurança proporcionam uma abordagem abrangente do DevSecOps para que as empresas continuem inovando sem comprometer a segurança. A Red Hat tem o know-how e a capacidade de oferecer um portfólio robusto para que empresas em qualquer estágio de DevSecOps criem, implantem e executem aplicações seguras na nuvem híbrida aberta.

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